segunda-feira, 8 de outubro de 2012



D. Manuel I

Canto IV

D. Manuel logo que assume o poder pretende dar continuidade aos desejos do seu antecessor, na conquista de novos mares e novas terras.
Uma noite sonha com «vários mundos», «nações de muita gente, estranha e fera» (IV, 69) e vê «dous homens, que mui /velhos pareciam / de aspeito, inda que agreste, venerando» (IV, 71).
Estes apresentam-se como sendo os rios Ganges e Indo, que afirmam a D. Manuel que é tempo de mandar «a receber de nós tributos grandes» (IV, 73). O sonho representa os êxitos, a fama, o poder e a glória de que se cobrirá o Rei por ter conseguido descobrir o Oriente.
Freud, o «pai da Psicanálise», em Interpretação dos Sonhos, procura mostrar que o sonho é a representação coberta da realização de um desejo e que «os sonhos fazem uso de todas as simbologias já presentes no pensamento inconsciente».
Camões  soube também entender que o sonho de D. Manuel poderia representar a concretização de uma vontade dos seus antepassados. Recorreu às imagens das fontes e dos rios, transformados em velhos veneráveis, para simbolizar o desejo de conquista do Oriente. Os velhos representam as pessoas e as terras antigas, das vastas regiões da Índia. 

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