quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Inquisição em Portugal



A Inquisição em Portugal
A Inquisição, surgiu na Idade Média, criada pelo Papa Gregório IX, no século XIII, como “instituição permanente e universal, confiada a religiosos na dependência direta da Santa Sé”. Destinava-se a combater várias heresias que punham em causa a legitimidade tanto do poder ecliseástico como do poder cívil. Este tribunal instalou-se na Espanha, Alemanha, França, confiado aos dominicanos ou aos franciscanos. Os suspeitos eram interrogados para se obter a prova de culpa, ou através de testemunhas, cuja identidade era mantida em segredo, ou por meio de confissão dos próprios, que podia ser obtida através de torturas.  A Sentença era dada em sessão solene pública,  a que se deu o nome de ato de fé. As sentenças podiam ser morte, prisão ou apreensão de bens. Na Penísula Ibérica, a Inquisição vai mais além e vai passar a perseguir os cristãos-novos, os judeus e os protestantes. Passou a ser instrumento ao serviço do poder instituído e contra qualquer ameaça a esse poder. A Inquisição foi introduzida em Portugal no reinado de D. João III, em 1536, após hesitações da Santa Sé. O inquisidor geral era nomeado pelo Papa, sob proposta do Rei, daí ter sido exercido o cargo por pessoas da família Real. O inquisidor-geral nomeava os outros inquisidores. Havia tribunais em Lisboa, Coimbra e Évora. A atuação do tribunal, para além do que se relacionava com a fé e a prática religiosa, estendendo-se a outras áreas, como censura de livros, adivinhação e feitiçaria.  
   Convento de Mafra
 
Obra central do reinado de D. João V, o Palácio-Convento de Mafra é um projecto colossal do Barroco português setecentista. Os seus números são impressionantes, como o testemunha a sua imensa área de aproximadamente 40 000 m2, a sua fachada nobre com 232 metros, os seus 29 pátios e 880 salas e quartos, as suas 4500 portas e janelas ou ainda as 217 toneladas que pesam os 110 sinos do seu famoso carrilhão.
A fundação deste mosteiro de frades arrábidos deveu-se a uma promessa feita por D. João V, caso a rainha fosse bem sucedida na concessão de um filho que tardava. Este promessa cumpriu-se em 1711, ano em que nasceu a princesa Maria Bárbara, a primogénita da descendência do Magnânimo. O projecto inicial estava dimensionado para acolher treze frades arrábidos, mas no final da construção albergou mais de 300. Com efeito, o número de frades e a dimensão do empreendimento sofreram um grande incremento.
No entanto, o projecto de Mafra se iniciou a 17 de Novembro de 1717, realizando-se a sua sagração em 1730. As obras prosseguiram até 1737, altura em que o convento mafrense se encontrava praticamente concluído. Acrescentos posteriores vieram enriquecê-lo com obras de arte e a criação de outras dependências, como foi o caso da notável biblioteca conventual. Os planos de Mafra são entregues a João Frederico Ludovice, arquitecto-ourives alemão e que se formou no atelier romano de Carlo Fontana.Mafra ordena-se em torno de dois rectângulos articulados: o principal integra-se na vila e compreende a igreja, o palácio, dois claustros, o refeitório e outras dependências. O secundário está virado para a Tapada e articula as celas conventuais, as oficinas e a Casa da Livraria.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012


José Saramago

José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. O seus pais emigraram para    Lisboa quando ele era pequeno. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital. Fez estudos secundários que, por dificuldades económicas, não puderam prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor e jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance, “Terra  Pecado” , em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966).
Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista “Seara Nova”. Em 1972 e 73 fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 19475 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias”. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.  

D. João V


D. João V



Nascido em 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e da princesa Maria Sofia de Neubourg, foi declarado herdeiro do trono em 1697. Aclamado rei a 1 de Janeiro de 1707, morreu a 30 de Julho de 1750. Csaou a 9 de Julho de 1708, com D. Maris Ana de Áustria, pretendente ao trono espanhol. Desse casamento teve seis filhos, entre os quais D. Maria Bárbara, casada com Fernando IV, rei de Espanha e D. José, herdeiro ao trono. Teve maos filhos de várias ligações extraconjugais, destacando-se ao seu relevo social, conhecido por “Mieninos Palhavã” , (D. António, D. Gaspar e D. José). Quando iniciou o seu reinado vivia-se em plena Guerra da Sucessão de Espanha. A participÇõ de Portugal nesta guerra fazia-se em termos não só de fornecer bases de acção, como da intrevenção de forças militares para decidir da guerra que envolvia as maiores potências europeias, mas o esforço militar português era manifestamente desproporcionado  em relação às suas responsabilidades e interesses.   
D. João fez canalizar para o Brasil um número considerável de emigrantes, o que fez ampliar os quadros administrativos, militares e técnicos brasileiros, reformou a cobrança do quinto em impostos de capitalização, preencheu presídios militares, melhorou a construção naval e fabrico da moeda e ampliou a cultura do açúcar.
Nesse período agravou-se a situação brasileira com o aumento do contrabando do ouro e os perigos de guerra com Espanha. Ao mesmo tempo, surgem novas dificuldades no domínio do português do Oriente. Ao acumular as dificuldades económicas acrescentam-se dificuldades sociais.
Culturalmente o reinado de D. João V reveste-se de aspectos de extremo interese, quer no plano das belas artes, quer no da história da cultura portuguesa.