Dimensão
Simbólica em Memorial do Convento
O Convento de Mafra, mandado construir por D. João V, simboliza a ostentação, a opressão e a vaidade dos
poderosos. Representa também o sacrifício dos operários que construíram o monumento, a exploração e miséria do povo. O número sete, que muitas vezes
aparece em Memorial do Convento, também carrega alguma simbologia. Sete são
as vezes que Blimunda passa em Lisboa, em demanda de Baltasar. Este número
regula os ciclos da vida e da morte na Terra e pode ligar-se à ideia de
felicidade, de totalidade, de ordem moral e espiritual. O Sol, associado a Baltasar e ao povo, sugere a ideia de vida, de renovação de
energias (o povo trabalha até à exaustão no convento, Baltasar constrói uma
máquina, mesmo depois de amputado). Como o Sol, que todos os dias tem de vencer
os guardiães da noite, também Baltasar vence as forças obscuras da ignorância e
da intolerância ao voar. A Lua, símbolo do ritmo biológico da Terra, traduz a força vital que é
representada pelas vontades recolhidas por Blimundapara fazer voar a passarola.
Associada a Blimunda, lembra o
seu mágico poder de «ver às escuras». Apassarola traduz a harmonia entre o sonho e a sua realização. Graças ao
sonho, foi possível juntar a ciência, o trabalho artesanal, a magia e a arte,
para fazer a passarola voar. Representa o progresso, a liberdade, a
alternativa a um espaço de repressão, intolerância e violência.
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