terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Visão Crítica


Visão Crítica

Tendo como pretexto a construção do convento de Mafra, Saramago, adoptou a prespectiva de um narrador distanciado do tempo da história, apresentando uma visão crítica da sociedade portuguesa da primeira metade do século XVIII. É neste sentido que Memorial do Convento excede a classificação de romance histórico, uma vez que não se trata de uma mera constituição de um povo sujeito à tirania de uma sociedade do século XXII.
Logo desde o início do romance é visivél o tom irónico e, até mesmo, sarcástico do narrador relativamente à hipotética esterilidade da rainha e às inidelidades do rei. Esta atitude irónica do narrador mantém-se ao longo da obra, denunciando o comportamento desadequado do rei, a sua vaidade desmendida e as promeças megalómanas.
O Clero, que exerce o seu poder sobre o povo ignorante através da instauração de um regime repressivo entre os seus seguidores e que constantemente quebra o voto da castidade, também não escapa ao olhar crítico e sarcástico do narrador. A actuação da Inquisição que, à luz da fé cristã, manipula os mais fracos é de igual modo criticada ao longo do romance, nomeadamente, através da apresentação de diversos autos-de-fé e uma crítica às pesoas que dançam em volta das fogueiras onde se queimaram os condenados.
Assim, são sobertudo as personagens de estatuto social privilegiado o alvo da crítica do narrador que denuncia as injustiças sociais, a omnipotência dos poderosos e a exloração do povo, evidenciada nas miseráveis condições de trabalho dos operários do convento de Mafra. 



  

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