CATEGORIA NARRATIVA TEMPO EM "MEMORIAL DO
CONVENTO"
Tempo
Início da Narrativa = 1711
O rei casou em 1708 (refere-se que a rainha tinha chegado há mais de 2 anos).
O rei nasceu em 1689 (refere-se que o rei tem 22 anos = 1711).
As referências temporais são poucas mas as datas que existem, e que são importantes, permitem-nos seguir cronologicamente a acção, através de deduções.
Prolepses – encontram-se integradas nas digressões mentais.
Início da Narrativa = 1711
O rei casou em 1708 (refere-se que a rainha tinha chegado há mais de 2 anos).
O rei nasceu em 1689 (refere-se que o rei tem 22 anos = 1711).
As referências temporais são poucas mas as datas que existem, e que são importantes, permitem-nos seguir cronologicamente a acção, através de deduções.
Prolepses – encontram-se integradas nas digressões mentais.
Narrador
Estatuto de omnisciente, estão
aliadas à ironia. Presente nos Capítulos XV, XVII, XVIII.
Representa-se
como narrador-orador capaz de simular um imediatismo no acto de narrar e dando
lugar a dialogismos mais ou menos configurados no discurso;
Captar
a atenção do narratário, convocado para o discurso, tanto por uma pluralidade
ambígua (nós) como por um indefinido (“Veja-se”) – que se pretende participante
no acto de contar;
“O agora” – 1729
1730 – Data da inauguração / sagração do Convento (D. João V tem 41 anos) Cap. XXIV.
1730 – Data da inauguração / sagração do Convento (D. João V tem 41 anos) Cap. XXIV.
Desaparecimento
de Baltasar no dia em que todos vão assistir à Sagração do Convento; ele vai
para Montejunto a fim de consertar a máquina que está lá escondida. (Cap.
XXIII).
A narrativa termina em 1739 – após os 9 anos em que Blimunda procura Baltasar.
Encontra-o no Rossio a ser queimado com António José da Silva, o Judeu; temos, neste caso, mais uma indicação histórica verídica.
Conclusão: Saramago diz que a História é ficção por isso, há um desprezo pelo tempo cronológico.
A narrativa termina em 1739 – após os 9 anos em que Blimunda procura Baltasar.
Encontra-o no Rossio a ser queimado com António José da Silva, o Judeu; temos, neste caso, mais uma indicação histórica verídica.
Conclusão: Saramago diz que a História é ficção por isso, há um desprezo pelo tempo cronológico.
A Acção
A acção é constituída por sequências narrativas (acontecimentos) provocadas ouexperimentadas pelas personagens, que se situam num espaço e decorrem num tempo, maisou menos, extenso. A acção é fechada quando se conhece o desenlace da história, ou seja, ofinal é revelado; e é aberta sempre que se verifica o contrário, normalmente, incitando àreflexão sobre a mesma.
Acção principal
Consiste nas sequências narrativas com maior relevância dentro da história e que, porisso, detêm um tratamento privilegiado no universo narrativo. Em Memorial do Convento de José Saramago:
A edificação do convento de Mafra – desejo e promessa de D. João V.
Acção secundária
A sua importância depende da acção principal, em relação à qual possui menor relevância.
Em Memorial do Conventode José Saramago:
A construção da «máquina voadora» – sonho do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão;bem como a história de amor entre Blimunda Sete-Luas e Baltasar Sete-Sóis.
Ritmo temporal
O tempo da diegese pode ser maior do que o do discurso – anisocronia temporal (o narrador omite (elipse) ou sumaria o que aconteceu em determinado período temporal);
O tempo da diegese pode ser menor do que o do discurso – anisocronia temporal (o narrador procede a descrições, divagações, reflexões, pausas narrativas);
O tempo da diegese pode ser idêntico ao do discurso – isocronia temporal (exemplo: diálogos).
Espaço
Evocação de dois espaços principais determinantes no desenrolar da
acção: Mafra e Lisboa.
Mafra: Passa da vila velha e do antigo castelo nas proximidades da Igreja de Santo André para a vila nova em cujas imediações se vai construir o convento. A vila nova cria-se justamente por causa da construção do convento.
Lisboa: Descrevem-se vários espaços dos quais se destacam o Terreiro do Paço, o Rossio e S. Sebastião da Pedreira.
Mafra: Passa da vila velha e do antigo castelo nas proximidades da Igreja de Santo André para a vila nova em cujas imediações se vai construir o convento. A vila nova cria-se justamente por causa da construção do convento.
Lisboa: Descrevem-se vários espaços dos quais se destacam o Terreiro do Paço, o Rossio e S. Sebastião da Pedreira.
Personagens
D. João V: Proclamado rei a 1 de Janeiro de 1707, casou, no
ano seguinte, com a princesa Maria Ana de Aústria e vive um dos mais longos
reinados da nossa história. Surge na obra só pela sua promessa de erguer um
convento se tivesse um filho varão do seu casamento. O casal real cumpre, no
início da obra, com artificialismo, os rituais de acasalamento. O autor
escreverá o memorial para resgatar o papel dos oprimidos que o construíram. Rei
e rainha são representantes do poder, da ordem e da repressão absolutista.
Baltasar e Blimunda: são o casal que, simbolicamente, guardará os segredos dos infelizes, dos humilhados, dos condenados, enfim, dos oprimidos. Conhecem-se durante um auto-de-fé, levado a cabo pela Inquisição, o de 26 de Julho de 1711 e não mais deixam de se amar. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, entregando-se a jogos eróticos. A plenitude do amor é sentida no momento em que se amam e a procriação não é sonho que os atormente como sucede com os reis.
Blimunda: Com poderes que a tornavam conhecedora dos outros nos seus bens e nos seus males, recusando-se, no entanto, a olhar Baltasar por dentro. Vai ser ela quem, com Baltasar, guardará a passarola quando o padre Bartolomeu vai para Espanha onde, afinal, acabará por morrer. Ela e Baltasar sentir-se-ão obrigados a guardá-la como sua, quando, após uma aventura voadora, conseguira aterrar na serra do Barregudo, não longe de Monte Junto, perdido o rasto do padre que desaparecera como fumo. Quando voltaram a Mafra, dois dias depois, todos achavam que tinha voado sobre as obras da basílica o Espírito Santo e fizeram uma procissão de agradecimento. Começaram a voltar ao local onde a passarola dormia para cuidar dela, remendá-la, compô-la e limpá-la.
Povo: Todos os anónimos que construíram a História são representados através daqueles a quem o autor dá nome: Alcino, Brás, Nicanor, etc.
Baltasar e Blimunda: são o casal que, simbolicamente, guardará os segredos dos infelizes, dos humilhados, dos condenados, enfim, dos oprimidos. Conhecem-se durante um auto-de-fé, levado a cabo pela Inquisição, o de 26 de Julho de 1711 e não mais deixam de se amar. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, entregando-se a jogos eróticos. A plenitude do amor é sentida no momento em que se amam e a procriação não é sonho que os atormente como sucede com os reis.
Blimunda: Com poderes que a tornavam conhecedora dos outros nos seus bens e nos seus males, recusando-se, no entanto, a olhar Baltasar por dentro. Vai ser ela quem, com Baltasar, guardará a passarola quando o padre Bartolomeu vai para Espanha onde, afinal, acabará por morrer. Ela e Baltasar sentir-se-ão obrigados a guardá-la como sua, quando, após uma aventura voadora, conseguira aterrar na serra do Barregudo, não longe de Monte Junto, perdido o rasto do padre que desaparecera como fumo. Quando voltaram a Mafra, dois dias depois, todos achavam que tinha voado sobre as obras da basílica o Espírito Santo e fizeram uma procissão de agradecimento. Começaram a voltar ao local onde a passarola dormia para cuidar dela, remendá-la, compô-la e limpá-la.
Povo: Todos os anónimos que construíram a História são representados através daqueles a quem o autor dá nome: Alcino, Brás, Nicanor, etc.
Padre Bartolomeu de Gusmão: Tem por alcunha O Voador, gosto pelas viagens, estrangeirado, a ciência era, para ele, a preocupação verdadeiramente nobre. O rei mostra-se muito empenhado no progresso do seu invento. A populaça troça dele, Baltasar e Blimunda serão ouvintes atentos das suas histórias e sermões. A amizade destes dois seres, simples, enigmáticos, mas verdadeiros protagonistas do Memorial, é tão valiosa para o padre como necessária à representatividade da obra como símbolo de solidariedade e beleza em dicotomia com egoísmo e poder.
Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu Lourenço: Formam um trio que vai pôr em prática o sonho de voar. Assim, o trabalho físico e artesanal, de Baltasar, liga-se à capacidade mágica de Blimunda e aos conhecimentos científicos do padre. Todos partilham do entusiasmo na construção da passarola, aos quais se junta um quarto elemento, o músico Domenico Scarlatti, que passa a tocar enquanto os outros trabalham. O saber artístico junta-se aos outros saberes e todos corporizam o sonho de voar.
Scarlatti: Veio como professor do irmão de D. João V, o infante D. António, passando depois a ser professor da infanta D. Maria Bárbara. Exerceu as funções de mestre-de-capela e professor da casa real de 1720 a 1729, tendo escrito inúmeras peças musicais durante esse tempo. No contexto do romance, para além do seu contributo na construção da passarola é determinante na cura da doença de Blimunda; durante uma semana tocou cravo para ela, até ela ter forças para se levantar.
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