Análise de Poemas em “Os Lusíadas”
Terceira
Parte: “O Encoberto”
O
Quinto Império
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer da asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz –
Ter por vida a sepultura.
Eras sobre eras se somem
No tempo em que eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!
E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.
Grécia, Roma, Cristandade,
Europa – os quatro se vão
Para onde vai toda a idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?
Análise
O Quinto Império
revela a tentativa da fundação de um novo império ( o Português), esse império
seria de ordem civizacional, cultural e universal.
Os quatro impérios eram:
O
Império Grego;
O
Império Romano;
O
Império Cristão;
O
Império Inglês.
O Quinto Império seria o primeiro Império verdadeiramente
mundial ou universal.
O
Desejado
Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto sente-se sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!
Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.
Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele ao Santo Gral!
Análise
O texto apresenta um tom exortativo, marcado pelo recurso
ao imperativo, onde o desejado é o D. Sebastião.
D. Sebastião, o «desejado», deverá cumprir o seu «novo
fardo» e erguer a pátria, onde o povo espera a «Eucaristia Nova».
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