Interacção entre a “Mensagem” e “Os Lusíadas”
Em ambas as obras os poetas debruçam-se
detalhadamente sobre o Herói individual ou colectivo, real ou mítico,
distinguindo-os e cantando-os, porque
merecem e porque os querem oferecer como exemplo e mensagem aos portugueses
dúbios.
Camões apelidaos de “barões”
e Fernando Pessoa de “Mestre da Paz”.
Na Dedicatória em “Os
Lusíadas”, Vasco da Gama descreve e
narra ao Rei de Melinde os primórdios da Terra Lusitana, bem como os principais
acontecimentos e figuras que a notabilizaram.
O Rei D. Sebastião, jovem,
era para os portugueses de quinhentos o garante da independência da pátria.
Camões anima-o, colocando-o nos pícaros da herocidade, tentando com o seu
apelo, conservá-lo por muito e heróico tempo. Mas o Rei desapareceu e com ele a
gema dos valorosos. A Pátria não
acreditou que perdera a independência para os Filipes assim tão fácil e
abruptamente. Só 60 anos mais tarde, a 1 de Dezembro de 1640, a independência
retornou.
Fernando Pessoa traz à
memória dúbida dos Portugueses do século XX e da “erma noite”, em que vivem, o
exemplo dos antepassados, fazendo um apelo ao patriótico para que eles recriem
a grandeza “do dia claro”, do Império que já foi e se desfez com a morte de D.
Sebastião . Mas, há diferença entre sebatianismo quinhentista e o pessoano. O
primeiro ainda foi real durante algum tempo, passando depois à saudade e ao
mito. O segundo arrecada do mito e da saudade a sua força e esvai-se em sonho e
ilusão, indo busacr ao passado a esperança da recriação do império Português
pré-sebastianista para o século XX, que se encontrava decadente e no mar
revolto das diatribes politicas e culturais, inócuas e prevessas para o
País.
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