Análise de Poemas em “Os Lusíadas”
Segunda
Parte: “Mar Português”
O
Infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Análise
O poema tem por base a
epopeia dos descobrimentos dos portugueses. Reflete a atitude perante um mar e
um mundo, que eram então completamente desconhecidos. Essa, segundo o poema,
uma atitude de coragem e de conquista, consequências do sonho.
Para além disso, entendo que
o poeta pretende transmitir a ideia de que o mar é uma ponte, um caminho, para
se alcançar a terra. Ou seja, o mar une e não separa.
Prece
Senhor, a noite veio e a alama é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e saudade.
Mas a cahama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,
Com quea chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Análise
No texto está presente uma relação entre o passado e o
presente. O texto introduz uma ideia de esperança.
O último poema de Mar Português parece aproximar-se do
misto da tristeza e de esperança.
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